Nero na Escola Secundária de Silves — Encontro com alunos
- Nero
- 10 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2024

corre, por vezes, um discurso catastrofista, quando se fala de educação e dos alunos de hoje — um discurso anémico e desesperançado, que tende a anunciar o fim da relação dos jovens com a literatura.
sabemos todos — talvez mais quem, de alguma forma, se move entre as esferas da educação — que esse discurso tem as suas razões de ser.
não obstante, tardes como as de ontem acontecem. estive à conversa com alunos de 10º ano. e não foi uma entrevista a que assistiram, passivamente. foram 90 minutos de diálogo próximo, olhos nos olhos. leram-me os livros e trouxeram-me interpretações, dúvidas e inquietações. e não foram questiúnculas. levantaram reflexões profundas e complexas, sobre a literatura, sobre a poesia e a vida. mérito da extraordinária professora Esmeralda Lopes Alves, claro, mas sem dúvida mérito deles, que se mostraram leitores e seres humanos especialmente inquietos, sensíveis e interessados.

são eles a esperança e a razão da poesia, a razão de todas as coisas. grato também à professora Irene Ferreira, que me introduziu; à bibliotecária Glória Coelho e àqueloutra (simpática) aluna, pelas fotografias; aos restantes elementos da biblioteca escolar e à direcção da escola secundária de silves. a todos, o meu agradecimento. foi um gosto.
entre as ofertas, o poema do João Luís Barreto Guimarães, que fala das cadeiras que, vazias e atentas, lhe assistem à aula e que são mais do que os alunos. pois bem, não foi o caso por ali. por ali foram mais os alunos que, tão mais do que as cadeiras, pareceram ser mais maduros “(mais / pés / assentes na terra).”
na mesma terra em que hão-de florir.
ficam alguns dos registos.
Encontro ocorrido a 8 de novembro de 2024.
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