Cães, estio e leituras
- Nero
- 4 de jul. de 2024
- 1 min de leitura

Para leitores de nível 1:
E porque o melhor da vida não é só livros – e porque é Verão – partilho convosco uma foto de família. Uma ou duas, vá, que me não cai a graça por isso.
Para leitores de nível 2:
Até porque, parafraseando Pennac, o verbo ler – assim como o verbo amar – não suporta o imperativo. Ou seja, não se conquista ninguém para a leitura ordenando-lhe, simplesmente, que leia; mas por contágio, pelo entusiasmo de quem lê e de quem entusiasmado fala das suas leituras.

Para leitores de nível 3:
E se é urgente ler, ler mais e ler melhor, é igualmente urgente, como dizia Eugénio: “o amor”.
Para leitores de nível 4: Não sei se o que estes animais me dão é amor – provavelmente não. Mas sei o que lhes dou, o quanto lhes quero bem e o quanto me fazem bem. Não sei se ter animais de estimação é uma forma camuflada de egoísmo... (Há, por vezes, tanto egoísmo no amor…) Mas, se é egoísmo, será amor?

Para leitores de nível 5: (Não era esta, afinal, uma simples e estival partilha de fotografias?) Para leitores de nível elevado: Concluo: gosto “à brava” destes patudos; passe o vulgarismo, que é Verão e ninguém quer saber de formalidades. Em última instância, a raça das palavras é como a raça dos animais: um mero corpo para desígnios maiores. Importa o amor que lhes pomos.
***** Se é leitor, lê isto no Verão e chegou ao fim de todos os níveis, parabéns! Padece, inequivocamente, de amor à leitura. Ão!
[Originalmente publicado em @nero.poet a 16 de Julho de 2022]
Nero
Ler-te é sempre um prazer, seja em que estação for. Auuuuuu!